Veja abaixo as resenhas publicadas sobre Schem-ha Melhorash.
Quem quiser comprar, envie um email para marcela.godoy@uol.com.br
UNIVERSO HQ
Título: SCHEM HA-MEPHORASH - UMA NOITE EM STARONOVA (Independente)
Autores: Marcela Godoy (roteiro) e Sam Hart (arte).
Preço: R$ 5,00
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Fevereiro de 2007
Sinopse: Um jovem garoto decide pôr à prova a veracidade de uma antiga lenda: o Golem de Staronova.
Para isso, ele se baseia na história de seu bisavô, um soldado nazista e único sobrevivente de um destacamento alemão que teria encontrado o golem.
Com a ajuda de um amigo, ele transmite sua experiência pela internet.
Positivo/Negativo: Para quem não sabe, um golem é um ser mitológico, de origem judaica, feito de barro e animado por magia cabalística. As diversas lendas e histórias diferem um pouco na maneira de trazê-lo à vida. Em algumas, uma vez moldado o ser (que normalmente tinha a forma de uma pessoa) bastava escrever a palavra Emet ("verdade" em hebraico) em sua testa. Em outras, era necessário adicionar um pequeno pedaço de pergaminho com o Tetragrama (quatro símbolos da cabala) em sua boca e recitar de maneira correta um conjunto de palavras.
É exatamente neste segundo grupo de lendas que se baseia a HQ.
A história de Marcela Godoy se passa em Praga, capital da República Checa, mais precisamente em Staronova, a mais antiga sinagoga da Europa. Apesar de ser contada nos dias atuais, a narrativa é entrecortada por flashbacks que nos mostram uma história paralela, sobre o bisavô de Johan, o protagonista, mas tudo de maneira bem natural, sem cortes abruptos, o que permite ao leitor compreender facilmente o que acontece nas duas linhas de tempo.
Durante a narrativa, Marcela dá um show de história judaica na voz de Johan. De maneira simples e direta, ela resume os principais eventos históricos que levaram os judeus até Praga, até a construção da sinagoga de Staronova e termina nas raízes do anti-semitismo.
A arte de Sam Hart combina bem com o clima sombrio e pesado, trabalhando com sombras bem carregadas (em muitas cenas só se vê silhuetas). Os cenários são pouco detalhados e dão apenas a noção geral de uma igreja ou templo (local onde se desenrola toda a trama).
As cenas - muito fechadas nos personagens - passam uma sensação de aperto, quase claustrofóbica. As áreas externas aos quadrinhos, sempre pintadas em preto, ajudam a reforçar isso.
De maneira geral, é um ótimo material de quadrinhos nacionais e com bom acabamento gráfico - o que é difícil de se encontrar em HQs independentes.
BLOG UNIVERSO HQ
Schem-ha Mephorash - Uma noite em Staronova: bom exemplo de quadrinho independente de qualidade. A roteirista Marcela Godoy manda bem. Mesmo em 24 páginas apenas, explica ao leitor o que é um Golem e constrói uma trama amarradinha, com um final legal. Nos desenhos, Sam Hart trata de criar o climão necessário para uma história de mistério. Talvez valesse dar uma diferenciada nas cenas de flashbacks, que se intercalam com as passadas na atualidade, mas o leitor atento vai sacar.
Texto de Sidney Guzman, publicado em 20/04/2007
BIGORNA
Resenha: Schem ha-Mephorash – Uma noite em Staronova
Por Leonardo Santana
O mais novo trabalho de Sam Hart (Front; Kaos!) tem um título quase impronunciável para nós brasileiros: Schem ha-Mephorash – Uma noite em Staronova. Produzido de forma independente e com a parceria de Marcela Godoy (O primeiro relato da queda de um demônio) nos roteiros e de Octavio Cariello no design, Schem ha-Mephorash é uma das melhores surpresas desse início do ano em matéria de Quadrinhos independentes nacionais.
Uma noite em Staronova conta a história de uma das criaturas míticas da cultura judaica: o Golem. Um monstro feito de lama e invocado através de uma palavra secreta colocada embaixo de sua língua.
O roteiro construído minuciosamente por Marcela Godoy é de uma cadência ímpar dentro dos trabalhos nacionais. Ela consegue prender – e manter, o que é mais difícil – a atenção e a tensão do leitor do início ao fim da história. A história não corre, não se atropela e consegue se desenvolver de uma forma muito interessante e que, com certeza, vai agradar aos mais exigentes leitores.
Da arte de Sam Hart, muito pouco de novidade há de se falar. Ele é um verdadeiro mestre da narrativa gráfica e do claro-escuro, o que só tem a acrescentar a esse conto de horror moderno. E ele consegue dar ao roteiro de Marcela Godoy toda a carga dramática de que ele necessita. Por fim, temos o trabalho enxuto, porém competentíssimo, da edição gráfica e do design, que dão à edição um pequeno toque de luxo, apesar de ter sido produzida independentemente, o que traz esse tipo de publicação para um novo patamar de produção onde apenas o leitor inteligente é que tem a ganhar.
Não há motivos para não gostar de Schem ha-Mephorash - Uma noite em Staronova. Tem um excelente roteiro, uma arte espetacular, uma edição caprichada e, ainda não bastasse tudo isso, custa apenas R$ 5,00. Schem Ha-Mephorash é uma pequena obra-prima e eu recomendo sem contra-indicações.
OMELETE
Schem Ha-Mephorash - Uma Noite Em Staronova
Érico Borgo
Fazer quadrinho independente no Brasil não é fácil. De qualidade então... nem se fala. Dá pra contar nos dedos as histórias que conseguem injetar alguma novidade no mercado autoral indie - geralmente dominado por obras pretensiosas, ininteligíveis ou simplesmente copiadas de material estrangeiro.
Pois chegou recentemente às comic shops, com o camaradíssimo preço de 5 reais, Schem Ha-Mephorash - Uma Noite Em Staronova, uma HQ de Marcela Godoy e Sam Hart. Ela assina o texto. Ele, mais conhecido no mercado (Front, Kaos, Contos Bizarros), as ilustrações.
A história é bem pesquisada e interessante. Trata-se de um conto de horror que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando soldados alemães deparam-se com o Golem, ser artificial mítico da cultura judaica criado pelo rabino Judah Loew, de Praga, durante o século 16.
Hart tem grande domínio de luz e sombra e suas seqüências de perseguição no interior da sinagoga - lindamente retratada logo no início da edição - são claustrofóbicas e competentes. Só o Golem não me agradou. Ficou "super-heróico" demais. A figura clássica do monstro de lama, imortalizada por toda Praga em cartões postais e placas, é mais intrigante. Suas curvas, apesar de não serem musculosas, têm um poder inexplicável, que ameaça e reconforta ao mesmo tempo.
JUDÃO
RENAN MARTINS FRADE
O destino nos prega certas peças. Tem coisas ruins que logo aparecem em nossa frente, outras muito boas demoram a chegar. É neste último caso que se enquadra Schem-ha Mephorash - Uma noite em Staronova (Independente, R$ 5,00), HQ nacional lançada por Marcela Godoy (roteiro) e Sam Hart (ilustrações), que só caiu em minhas mãos nesta semana, apesar de ter sido lançado logo após o carnaval.
O gibi é uma boa resposta para aqueles que criticam os quadrinhos nacionais. O enredo é bem pensado, com uma história que se passa nos dias atuais e com flashbacks situados durante a Segunda Guerra Mundial. A contextualização também é bem feita e nos faz entender com exatidão os temas abordados no graphic novel. A arte também não fica para trás, com um aspecto obscuro que combina perfeitamente com a história horror. Méritos para Marcela, que é paulistana, e Hart, um inglês criado no Brasil e que já é conhecido no mercado.
Na história, Johan visita uma antiga sinagoga de Praga, procurando algo para transmitir via Internet. Lá o aventureiro passa a se lembrar de fatos há muito tempo esquecidos e que trazem uma obscura figura do passado.
Talvez o único ponto que pode ser contestado é justamente na transição entre a história e os flashbacks. Para um leitor desavisado, pode causar um pouco de confusão. Nada que uma pequena pausa e uma rápida releitura não resolvam.
Apesar de independente, o gibi também possui uma ótima qualidade gráfica, complementada pelo design de Octavio Cariello. É uma iniciativa que merece aplausos, já que lançar qualquer coisa sem apoio no Brasil é muito difícil.
Definitivamente, o Judão RECOMENDA, principalmente se for para ler naquela noite escura e chuvosa que está se aproximando, o que ajudará ainda mais no ar de horror da história. Pena que é difícil de encontrar. “Sorte” para os paulistanos, que podem encontrar a revista nos comic shops e, talvez, nas bancas da região da Av. Paulista.
DS ART
Histórias em Quadrinhos - HQs de Daniel • DS.art.br
Shem ha-Mephorash
Foi feito na(o) Segunda-feira, 16 de Junho de 2008 - dentro de Achismos, Independentes | 2 cometários de gente se xingando aqui »
Shem ha-Mephorash - Uma noite em Staronova | 2006 | 28 págs | 15cm x 23cm | capa duotone (2 cores) e miolo PB
Inacreditável. É a melhor descrição possível para esta edição que comprei no Bodega. Quando recebi, não acreditei. Demorou dois anos para chegar (tá bom, quase duas semanas), mas… tirem as crianças da sala, que vou largar um impropério. Ok, tiraram? Pôtaqueopariô. Isso aqui não pode ser verdade. É bom demais para existir. Impressionante. Eu fico (outro impropério) puto. Como é que não existem revistas deste tipo nas bancas???? Fala sério! você TEM que comprar esta esta história em quadrinhos independente. Com excelente cuidado e acabamento gráfico, uma puta (eu realmente tenho que parar com isto…) história e desenhos absolutamente fenomenais. Este trabalho é extremamente profissional e deixa muita - muita, Vertigo no chinelo.
Fico até deprimido em lembrar de quantos lançamentos de HQ nacionais com distribuição prá todo país que não alcançam a qualidade de Shem ha-Mephorash (Êta nomezinho difícil e impronunciável. Até prá digitar eu me perco). Fico também deprimido por não estar em São Paulo e tomar conhecimento de uma edição destas. OU talvez tenha sido propositalmente feito desta forma, destinado a determinado nicho, como fiz em 10 Centavos… só perguntando aos autores para confirmar. Mas o que talvez me deprima MESMO é pensar que este autores tão qualificados não se sustentem com um trabalho desta magnitude e que não estejam frequentemente em todas as livrarias e bancas a nossa volta.
A história.
Feita em apenas uma edição (one-shot), com textos de Marcela Godoy e arte de Sam Hart, nos é apresentada a busca de um lendário Golem anteriormente conjurado (boa esta) pelos… pela família. O texto é muito bem conduzido pela sra. Godoy e desenhado com maestria pelo sr. Hart. O texto e seu ritmo (timming) são fenomenais. A arte… bom… compra e você vai ver.
Acho que a triste lição deste trabalho talvez seja a maldita propaganda, sua divulgação (a não ser que tenha sido feita desta forma propositalmente). Apesar de estar meio afastado do meio quadrinístico na época do lançamento - que nem sei direito quando foi, mas acredito que fora entre final de 2006 e o primeiro semestre de 2007, nunca tinha ouvido falar sobre este fantástico projeto. Mesmo buscando na internet encontrei apenas uma ou outra referência como a do Bigorna e ela não faz jus à edição, ao meu ver.
Por fim a editoração gráfica foi de Octavio Cariello - os autores só andam em má companhia… Uma pena que o site atual da escritora me pareça estar meio jogado às moscas (mas não posso dizer que não entendo o porquê) e o de Sam Hart falta uma HQzinha ou outra online para dar gostinho… mas virei do avesso os sites e valem as visitas, garanto.
O que você ainda está fazendo aqui? Vai lá no Bodega - ou entre em contato com os autores (pelos seus respectivos sites), e compra logo a sua edição!